Corpo seco

Em vida, o corpo seco era um homem muito mal.
Ele prejudicava todos ao seu redor, fazia tudo que fosse de errado, e não suportava nem a própria mãe, chegando ao ponto de xingar e espancar a coitada.
Era uma pessoa desagradável, que ninguém mais queria por perto, levava a sua maldade por onde quer que fosse, mesmo que não conhecesse as pessoas dali, ele sentia prazer nas obras ruins.
 
Ao morrer, esse homem foi rejeitado por deus e pelo diabo, nem a terra onde ele havia sido enterrado o aceitou.
Ele foi transformado então numa aberração, um cadáver se decompondo, condenado a vagar por aí, e no lugar que ele toca, tudo seca.
 
Ele, tem o costume de se esconder atrás das árvores e vagar por lugares distantes das cidades, onde tem pouco movimento, assim pode fazer vítimas sem ser perturbado, já que ele gruda nas pessoas e suga o seu sangue até a morte se ninguém a socorrer a tempo.
Por isso, dependendo da região, dizem que se você avistar uma árvore com um contorno que lembre um humano, ou um rosto, pode ser o corpo-seco camuflado!
 
 
Também dizem que ele se arrependeu, depois de morrer, de agredir a própria mãe, que foi a única pessoa que o amou incondicionalmente. 
Sempre que encontra uma criança mal educada, que repete o erro dele, ele a pune. Já ouviu alguém dizer "Se bater na mãe, a mão seca e cai"? Então.
 
Uma segunda variação da lenda, conta que ele teria sido um homem ambicioso demais em vida. Tinha uma enorme fazenda, com vários tipos de grãos, frutas e legumes, mas se negava a ajudar os necessitados. 
Na época da seca, muita gente passava fome, as pessoas se revoltaram porque o homem rico não repartia sua comida, que sobrava... 
Em meio a confusão, o homem que era cardíaco morreu. 
 
Ele se tornou então uma criatura vingativa e cheia de raiva, que rodeia as árvores frutíferas, impedindo que especialmente crianças se aproximem delas para roubar.
 
Uma maneira de evitar o ataque do corpo-seco é evitar regiões desconhecidas, andar só durante longos períodos e não entrar na mata durante a noite. (E claro, educação com a mãe!).