Alho e os Vampiros

Quantas vezes você se perguntou porque oras um vampiro teria medo ou aversão justo de uma plantinha como o alho?
 
A explicação não é tão inesperada quando nos pegamos ao passado distante em que as pessoas acreditavam tanto no mundo sobrenatural quanto na própria existência. 
 
Quando uma pessoa morria, vários procedimentos eram necessários para que sua alma não ficasse presa ao mundo ou para evitar de qualquer maneira que ela retornasse. 
 
Por exemplo, até hoje persiste para algumas pessoas, que um ser que morre de maneira inesperada e deixa assuntos inacabados, volta a terra para tentar terminar sua missão. 
Também amores, ódios, parentes ou simplesmente a saudade seriam motivos fortes o suficiente para que a alma viesse até uma determinada pessoa. 
 
 
A crença não era diferente naquelas tempos, pelo contrário, era incontáveis vezes mais forte do que é hoje. 
 
Variando conforme a localidade, vários rituais e procedimentos eram feitos, como cobrir espelhos ou qualquer outra superficie que refletisse bem, para que não "capturasse" a alma de quem acabava de morrer. Gatos eram retirados de casas onde um corpo estava sendo velado, pois se ele passasse por cima do caixão ou do leito da cadáver, a alma seguiria o animal. Também não poderia tocar o morto uma mulher menstruada, pois essa era considerada impura.
 
 
Alguns desses procedimentos poderiam durar algum tempo para garantir uma passagem calma da alma para o outro mundo ou qualquer outro lugar que se acreditasse possível, e daí vem uma das origens a associação do alho aos vampiros.
 
Hoje em dia, é muito simples para uma família quando um ente falece. É tudo responsabilidade de outras pessoas, que rapidamente preparam o cadáver e os envia para salas apropriadas onde velamos até a hora do enterro ou cremação, mas e antes disso?
 
A coisa era mais pessoal e familiar, eram os próprios parentes que preparavam o corpo, o vestiam e despiam, arrumavam, transportavam, e tudo em suas próprias casas. Agora, imaginem o cheiro de putrefação de um cadáver num tempo remoto onde as coisas eram precárias, até mesmo para os vivos. 
 
 Note o alho contido no kit contra vampiros.
 
 
Para incubrir o cheiro horrendo, usavam entre outros recursos o alho, justamente pelo cheiro forte que ele exala e que era perfeitamente capaz dependendo da quantidade de incubrir o cheiro do cadáver.
Muito provávelmente por esconder o cheiro da própria morte, as pessoas passaram a associar que o cheiro do alho evitasse que a alma dos mortos ou até mesmo de quem estava sendo preparado ficasse por perto. O vampiro nada mais é do que um semi-morto, dotado de inteligência ou, conforme a crença de algumas pessoas, que tinha algo a ver com o diabo ou que era um tipo de demônio, então seria justo que a lei do alho se aplicasse a eles.
 
Outra coisa que colaborou, foi o seu uso medicinal.
O alho era usado para problemas respiratórios (Já ouviu falar que chá de alho é bom para tosse e gripe?), verminoses, problemas intestinais, inflamações entre outros. Como já dito, as pessoas de antigamente acreditavam em mil coisas que hoje parecem absurdas, então era normal associar algumas enfermidades, principalmente as até então sem causa e que não eram tratadas com sucesso aos espíritos ruins. O alho, por ter tantas propriedades eficazes foi tido como responsável por afastar os males espirutais que causavam o sofrimento físico.
 
 
Se você já leu contos de vampiros, deve ter percebido que a pessoa atormentada pela criatura que suga o seu sangue começa a adoecer inexplicavelmente, e com o tempo piora até a morte, uma morte inevitável e sem causa aparente, acompanhada pela palidez da vítima.
 
Também nota-se a possibilidade das pessoas tentarem enganar o vampiro, colocando alho envolta da pessoa acamada, para que a criatura pensasse que ali não corria mais sangue fresco, pois se tratava de um cadáver.
 
Todos esses fatos reforçaram o uso do alho como repelante natural e muito eficaz contra os vampiros.