Elizabeth Báthory
 

O texto aqui publicado se trata de um resumo.

Erzsébet Báthory, nascida em 7 de Agosto de 1560 no reino da Hungria, fazia parte de uma família antiga, nobre e claro... muito rica.
Era filha do barão George Báthory que era irmão do príncipe András da Transilvânia. A mãe de Isabel era do ramo Somlýo da família, chamava-se Anna Báthory e era irmã, entre outros, do rei da Polónia e do príncipe de Siebenbürgen. Isabel era ainda prima do marido da arquiduquesa Maria Cristina de Habsburgo, filha de Carlos II da Áustria. 
 
 
Na época em que nasceu, os turcos haviam conquistado grande parte do território húngaro, que era um frequente campo de batalhas sangrentas e violentas, além de ser também uma terra onde as diferenças religiosas entre protestantismo e catolicismo estavam começando a surgir, a família Bathory, inclusive, estava do lado protestante.
 
Foi criada na propriedade de sua família em Ecsed, na Transilvânia e enquanto criança, ela sofreu com doenças acompanhadas de intenso rancor e comportamento incontrolável. A origem desse ódio seria a intensa violencia da época. O castelo onde vivia, teria sido atacado inúmeras vezes, fazendo com que ela presenciasse a morte, tortura e sofrimento de muitos entes queridos, como irmãos e irmãs. 
 
Tinha a sua disposição governantas e criados e criadas. Teve uma educação perfeita, falava fluente alemão e latim além de seu idioma natural. Inclusive, era uma criança notável pela sua inteligência. 
 
Com o passar do tempo, Elizabeth foi tornando-se muito vaidosa, esperta e bela. Aos 14 anos, em 1574, engravidou de um camponês e quando a sua barriga começou a crescer e sua família descobriu, a esconderam longe do reino até que a criança nascesse, já que o casamento com Ferenc, um militar conhecido pela crueldade em campo de batalha, estava prestes a acontecer.
Quando a criança nasceu, foi dada a um casal de camponeses, e se supõe que a família foi bem paga para receber a criança, que era uma menina de nome Anastasia. 
 
Em meio de 1575 o esperado casamento foi realizado. Por ser militar, Ferenc Nadasdy passava muito tempo fora de casa, e nesse período, Eliza era a única responsável pelo castelo e pelos assuntos da família. Nos primeiros 10 anos, o casal não teve filhos devido a essa ausência.
 
Foi nesse período que Elizabeth talvez tenha começado a perder o controle do ódio que sentia desde jovem. Em uma época em que era muito comum tratar empregados como seres inferiores, não era de se surpreender que ela punisse os que considerava desobedientes. Mesmo nessa época, a nobre arrumava todas as desculpas possíveis para torturar e até matar suas criadas, ultrapassando as poucas regras existentes quanto a proteção de empregados e criados. Eliza tinha preferências por empregas principalmente mulheres jovens.
 
Entre os seus atos de crueldade, estão listados que ela gostava de espetar agulhas embaixo das unhas ou mamilos de seus criados, que certa vez abriu a mandíbula de uma empregada, e há um relato que talvez tenha dado origem a obsessão dela por sangue: Uma de suas criadas teria por acidente puxado seus cabelos ao escova-los. Elizabeth, como castigo a teria espancado. Ao limpar o sangue seco de suas mãos, ela então teria notado que sua pele teria ficado mais bonita onde havia sangue. 
Elizabeth também frequentava orgias com sua tia durante as viagens de seu marido, e era bissexual. 
 
Com o passar do tempo, a condessa aprimorou suas técnicas junto de cumplices, incluindo seu marido, no tempo em que ficava em casa. Ele a ensinou várias torturas e a lista da nobre aumenta:
No inverno, matava os servos fazendo-os caminhas despidos ao ar livre, e derramando água sobre eles. Também passava mel nas pessoas que permaneciam amarradas, também ao ar livre, sofrendo com picadas de insetos e outros animais.
 
Após a morte de seu marido, em 1604 (não se sabe a causa da morte, mas especula-se que foi ferido em batalha ou adoeceu, já que em cartas para sua família, era notável que Eliza era boa mãe e esposa - Por volta de 1585, Elizabeth deu à luz uma menina que chamou de Anna. Nos nove anos seguintes, deu à luz a Ursula e Katherina. Em 1598, nasceu o seu primeiro filho, Paul. Os filhos tinham governantas e boa educação, assim como ela na infância) a condessa se mudou para Viena, mas também ficou em outras propriedade onde hoje se encontra a Eslováquia.
Nessa fase, Isabel ficou ainda mais cruel e contava com uma companhia notável para cometer crimes: uma mulher chamada Anna Darvulia, que pouco se sabe a respeito, mas que muitos afirmavam ser uma ocultista e praticante e rituais de magia negra, e que provavelmente era amante da nobre condessa. Ela teria encorajado ainda mais a teoria da condessa sobre sangue fazer bem para a pele, e foi provavelmente a partir daí que a Condessa passou a tomar o sangue das vítimas, além de utilizar o líquido em banhos. E mais uma vez a lista de atos cruéis da condessa foi aumentada:
Marcava as criadas com ferro quente, incendiava os pêlos pubianos de algumas delas e em seu porão, mandou fazer uma jaula onde a vítima fosse torturada pouco a pouco, erguendo-a de encontro a lâminas.
 
Anna faleceu por volta de 1609, e a condessa parece ter se tornado relaxada quanto ao encobrimento dos assassinatos, deixando que sua fama começasse a se espalhar pelos arredores.
Apesar de começar a ter dificuldade em arrumar novas servas, logo arrumou nova parceira para os crimes, Erzsi Majorova, viúva de seu inquilino. Morava próximo, em uma fazenda local. Essa parece ter sido a responsável pela total perca de controle da condessa, fazendo-a incluir em sua lista de vítimas, mulheres jovens da nobreza, para posteriomente beber o sangue. 
Erzsébet seguiu os conselhos de Majorova. Em 1609, ela matou uma jovem nobre e encobriu o fato dizendo que fora suicídio.
 
Em 1610, com uma fama "bem feita" e rumores muito bem espalhadas, começaram as investigações a respeito da condessa. Entretanto, o que se queria não era de fato uma condenação, mas sim, que os bens da família fossem confiscados devido a uma dívida deixado pelo marido de Eliza. 
Isabel foi presa no dia 26 de dezembro de 1610. O julgamento teve início alguns dias depois, conduzido pelo Conde Thurzo, um primo de Isabel a quem muito convinha a condenação da condessa. Uma semana após a primeira sessão, foi realizada uma segunda, em 7 de janeiro de 1611. Nesta, foi apresentada como prova uma agenda encontrada nos aposentos de Erzsébet, a qual continha os nomes de 650 vítimas, todos registrados com a sua própria letra. Também foi usado durante o julgamento o depoimento de testemunhas, muitas delas "sobreviventes".
 
É de destacar, também, que as confissões dos cúmplices de Báthory acerca dos crimes desta foram obtidas sob tortura. Após sua morte, os registros de seus julgamentos foram lacrados porque a revelação de suas atividades constituiriam um escândalo para a comunidade húngara reinante. O rei húngaro Matias II proibiu que se mencionasse seu nome nos círculos sociais.
 
Eliza não esteve presente nas sessões de seu julgamento e todos os seus cúmplices foram condenados à morte, sendo a forma de execução determinada por seus papéis nas torturas: Ficzko foi decapitado e queimado; Dorka, Helena e Erzsi viram seus próprios dedos serem cortados e foram atiradas para a fogueira ainda vivas. Apenas Katarina foi ilibada e sua vida poupada.
 
A condenação da condessa foi prisão perpétua, onde foi presa em seu próprio castelo em um quarto sem portas ou janelas, apenas uma abertura para comida e ar. 
Seu corpo foi encontrado em 21 de Agosto de 1614 e não se pode afirmar certamente a razão de sua morte, apenas nota-se que foram encontrados vários pratos de comida intactos. 
 
A condessa foi sepultada nas terras dos Báthory, em Ecsed. 
 
Nota:
Hoje em dia, também há quem creia que a condessa tenha sido, ela própria, uma vítima da ambição humana: ela era a mulher mais rica da Hungria, o próprio rei lhe devia uma fortuna, seu latifúndio correspondia a cerca de 2/3 do território húngaro e ela era, de longe, a aristocrata mais poderosa do clã Bathory. Nunca foram encontradas provas concretas dos crimes bárbaros creditados à condessa, podendo toda a história da sua vida ter sido forjada pelos nobres da época.